Corte De R$ 9 Bi Na Educação, Tarcísio: Professores E Estudantes Protestam Contra

O governador Tarcísio de Freitas propôs à Assembleia Legislativa de São Paulo reduzir os gastos com educação de 30% para 25% com base na receita do estado. A notícia não foi nada bem recebida por especialistas da área.

Entenda os detalhes a seguir.

Corte na educação: qual a justificativa do governo?

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), propôs reduzir a quantidade mínima de dinheiro que deve ser investida em educação de 30% para 25%. Ele apresentou essa proposta à Assembleia Legislativa esta semana, visando permitir mais flexibilidade nos gastos.

Assim, conforme o projeto, essa mudança visa realocar parte dos recursos da educação para a área da saúde.

Desse modo, o governo justifica essa alteração devido ao aumento constante nos gastos com saúde. Isso ocorre por causa do envelhecimento da população e à incorporação de novos tratamentos e medicamentos, graças ao avanço tecnológico. Além disso, essa mudança alinharia o estado de São Paulo ao mínimo de 25% estabelecido pela Constituição Federal.

Resposta ao “ataque” à educação

Em resposta, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) convocou uma manifestação pública na sexta-feira (20) para protestar contra os cortes.

A presidenta do sindicato e deputada Professora Bebel (PT) afirmou durante uma sessão na Assembleia que a redução de 5% nos recursos representaria uma diminuição de 9 bilhões de reais, o que é mais do que o governo Bolsonaro tentou fazer em 2019 com as universidades e a educação básica.

Dessa forma, ela questionou as alegações do governador de que há recursos excedentes na área da educação em São Paulo, argumentando que as escolas estão em más condições, incluindo salas de aula improvisadas, desvalorização dos profissionais e más condições de trabalho.

Além disso, ela também criticou o governador por não cumprir as promessas feitas durante a campanha eleitoral e enfatizou que haverá resistência contra essa medida.

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Corte sem critérios

Segundo Alexandre Schneider, um pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (DGPE-FGV), não está claro quais estudos serviram de base para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Sendo assim, ele acredita que não está claro como a educação em São Paulo vai lidar com seus desafios se tiver menos dinheiro.

Schneider, que foi secretário municipal de Educação da cidade de São Paulo entre 2017 e 2019, argumenta que o governo deveria fornecer uma avaliação dos programas de educação afetados e realizar uma análise do custo-benefício da medida.

Ademais, ele também destaca que a educação em São Paulo enfrenta desafios significativos, como o alto número de professores temporários, a implementação de metas de educação em tempo integral e as grandes turmas. Ele afirma que a rede de ensino ainda requer investimentos tanto em recursos humanos quanto em infraestrutura.

É necessário mais investimento

A UMES-SP (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) acredita que a proposta de corte de Tarcísio representa um sério ataque à educação em São Paulo. O presidente da entidade, Lucca Gidra, alerta que a educação no estado está em perigo devido a esse corte de R$ 9 bilhões.

Desse modo, Lucca alega que o que realmente se precisa é de mais investimento para avançar o país e o desenvolver. Portanto, ele considera essa ação insensível.

A educação de SP pede socorro

Cesar Callegari, presidente do Instituto Brasileiro de Sociologia Aplicada, alerta que a proposta ameaça todos os níveis de ensino em São Paulo. Como o governo não especificou de onde virão os 5% a serem retirados, todas as áreas da educação correm risco.

Assim, ele ressalta que a educação básica do estado inteiro pode ser prejudicada por essa mudança.

Além disso, ele também destaca que a educação em São Paulo enfrenta vários problemas e está atrasada em relação a outros estados. Embora seja importante investir mais na saúde, é preocupante que a solução encontrada seja retirar recursos de uma rede de ensino já debilitada.

E você, o que acha desse corte na educação? É justificável? Você considera que o investimento na educação é necessário para o país? Conta pra gente nos comentários!

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